My artistic practice crosses over multiple, entwining paths among anxiety, courage, and the mystical while elaborating art as a methodology that enables the confrontation of existential fears, questions of the self and its limits, and relations to the unknown. The mystical experience is not an abstraction in my work; it's an encounter with the numinous, a presence that instills awe and terror. These are multilayered, complex experiences that at once are clear and uncertain, light and shadow. It is in these moments that I am aware of the ineffable forces that shape our lives, forces as overwhelming as they are liberating. This duality, this simultaneous sense of illumination and fear, constitutes the essence of the numinous: a presence drawing us toward it, yet confronting us with our deepest vulnerabilities. It is the confrontation with what lies beyond the boundaries of the self, where both liberation and annihilation appear to go together.
Anxiety, for me, is not just something that I avoid, but it is a transformative power. It follows when one confronts the infiniteness of options that exist out there and weighs the burden of responsibility, the "dizziness of freedom." Instead of suppressing or denying such anxiety, I allow it to be my stimulus for creativity. By creating, I externalize fears and doubts and make them generative elements of introspection and investigation.
It is in art that I make visible the tension between the numinous and the human condition. It's not an escape from the world but a deeper engagement with it. In this space, I seek meaning in places where it might seem absent or unreachable. I am under the influence of an effort to reframe the struggle with existence, not as something to avoid, but as a site of possibility where both personal and collective liberation can emerge from a deeper engagement of life's uncertainties.
Courage is what plays a very important role in this process. It is not the absence of fear, but the willingness to act confronting it. Every piece I create is an act of defiance, a stand of resilience towards the unknown. I use my work to invoke the courage to be, to push beyond the boundaries set by the self and society, and to let freedom emerge from this negotiation. Art becomes a space of personal and collective renewal where experiences can be considered on both an individual and shared level.
It is in these moments of creation that I try to foster conversation and contemplation of how we navigate, affect, and are affected by our relationship to the world: to both the living, breathing ecosystem that sustains us and to the ever-evolving cultural frameworks which inform our identities, beliefs, and actions.
I research the mystical dimensions of existence, documenting threshold spaces where the self dissolves and the sacred and mundane coexist. My multidisciplinary practice is a means to explore tension between the finite and infinite, the known and unknown, a space where transformation may emerge from chaos and uncertainty.
My work constantly evolves to map the navigation of anxiety, find strength in vulnerability, and open to the transformational possibility of the mystical. In so doing, I am negotiating my identity and relational/personal and collective anxieties. And finally, the numinous reveals itself, not a solution to suffering but an in-depth encounter with the most fundamental mysteries of life. Through the process of creation, I burn away the impurities of the ego and the distractions of the world. I discover a deeper connection to my true nature, a nature that is free, fluid, and ever-changing. The works, once completed, would then embody the integration of conscious and unconscious objects, as the finished pieces reflect the synthesis of various elements and tensions explored during the time of creation. The finished artworks become a symbol of internal reconciliation and growth.
Declaração de artista
A minha prática artística cruza múltiplos e entrelaçados caminhos entre a ansiedade, a coragem e o místico, elaborando a arte como uma metodologia que permite a confrontação de medos existenciais, questões sobre o eu e os seus limites, e relações com o desconhecido. A experiência mística não é uma abstração no meu trabalho; é um encontro com o numinoso, uma presença que inspira tanto admiração quanto terror. Estas são experiências complexas e multifacetadas que, simultaneamente, são claras e incertas, luz e sombra. É nesses momentos que me torno consciente das forças inefáveis que moldam as nossas vidas, forças que são tão avassaladoras quanto libertadoras. Esta dualidade, esta sensação simultânea de iluminação e medo, constitui a essência do numinoso: uma presença que nos atrai, mas que também nos confronta com as nossas vulnerabilidades mais profundas. É o confronto com o que está além dos limites do eu, onde tanto a libertação quanto a aniquilação parecem coexistir.
A ansiedade, para mim, não é apenas algo que evito; é uma força transformadora. Surge quando confrontamos a infinitude de opções que existem e ponderamos o peso da responsabilidade, a “vertigem da liberdade”. Em vez de reprimir ou negar essa ansiedade, permito que ela seja o meu estímulo para a criatividade. Através da criação, externalizo medos e dúvidas, transformando-os em elementos geradores de introspeção e investigação.
É na arte que torno visível a tensão entre o numinoso e a condição humana. Não é uma fuga do mundo, mas um envolvimento mais profundo com ele. Neste espaço, procuro significado em lugares onde ele possa parecer ausente ou inalcançável. Estou sob a influência de um esforço para reformular a luta com a existência, não como algo a evitar, mas como um local de possibilidade, onde tanto a libertação pessoal quanto a coletiva podem emergir de um envolvimento mais profundo com as incertezas da vida.
A coragem desempenha um papel muito importante neste processo. Não é a ausência de medo, mas a disposição de agir enfrentando-o. Cada peça que crio é um ato de desafio, uma manifestação de resiliência diante do desconhecido. Uso o meu trabalho para invocar a coragem de ser, para ultrapassar os limites impostos pelo eu e pela sociedade, e para permitir que a liberdade surja desta negociação. A arte torna-se um espaço de renovação pessoal e coletiva, onde as experiências podem ser consideradas tanto a nível individual quanto partilhado.
É nestes momentos de criação que procuro fomentar conversas e contemplações sobre como navegamos, afetamos e somos afetados pela nossa relação com o mundo: tanto com o ecossistema vivo e pulsante que nos sustenta, quanto com os quadros culturais em constante evolução que moldam as nossas identidades, crenças e ações.
Investigo as dimensões místicas da existência, documentando espaços-limite onde o eu se dissolve e onde o sagrado e o mundano coexistem. A minha prática multidisciplinar é uma forma de explorar a tensão entre o finito e o infinito, o conhecido e o desconhecido, um espaço onde a transformação pode emergir do caos e da incerteza.
O meu trabalho evolui constantemente para mapear a navegação da ansiedade, encontrar força na vulnerabilidade e abrir-se à possibilidade transformadora do místico. Ao fazê-lo, negoceio a minha identidade e as ansiedades relacionais/pessoais e coletivas. E, finalmente, o numinoso revela-se, não como uma solução para o sofrimento, mas como um encontro profundo com os mistérios mais fundamentais da vida. Através do processo de criação, queimo as impurezas do ego e as distrações do mundo. Descubro uma ligação mais profunda com a minha verdadeira natureza, uma natureza livre, fluida e em constante mudança. As obras, uma vez concluídas, incorporam a integração de objetos conscientes e inconscientes, refletindo a síntese de vários elementos e tensões explorados durante o processo de criação. As obras acabadas tornam-se um símbolo de reconciliação interna e crescimento.