"Ex-vuoto e agora quiero viver"

Painting + Sculpture

Mixed media

2022

"apneia do plástico"

Immersive installation

2018

Com ondas de calor e chuvas de trovoada o verão acabara por chegar. Arrastava-se coxo forçando os lacobrigenses a tirar e por o guarda-chuva da arrecadação.
A caminho da praia o Dário trazia o chapéu de sol na bagageira as toalhas a secar nas costas do banco as cadeiras espreguiçadeira embrenhadas na areia do ano passado no chão a lancheira refrigerada com maçãs, água e sandes de chouriço em guardanapos e alumínio no lugar do passageiro.

Se há alguns anos para cá carregava o carro com este arsenal. De hoje em diante a bola de praia ficaria na arrecadação sempre que chovia recordá-lo-ia de outro tempo. Tempo que mostrava o sol e em minutos passava por casa punha a toalha ao ombro agarrava a água da despensa e descia à praia para uns mergulhos. Encontrava outros amigos um de pele clara trazia protetor solar mas quase sempre acabava a torrar nas horas de maior calor.
Entre cigarros e mergulhos ia enchendo o peito evitando expirar à frente das meninas.
Hoje valente conseguiu em meia hora preparar a merenda antes de sair teve a confirmar a tampa da máquina de lavar, o fogão, as janelas, os trincos.
Quando estava para entrar no carro voltou atrás quis ir tranquilo na certeza que a porta estava fechada à chave.
As mãos suavam ao volante quando abriu a janela não via carros na estrada desceu a avenida não havia pessoas nos passeios olhou em redor não viu gente nos jardins.
Travou o carro parou.
A cidade era um deserto.
O vento hoje trouxe mais que calor.

A janela aberta só piorou não entrava brisa as mãos escorregavam no volante o cheiro de borracha queimada tornou-se incómodo.

Fora do carro a cidade cheirava diferente como o mar de perto.
O sol encadeia-o o olhar à procura de movimento na distância estava tudo parado a funcionar estático paralisado com ninguém.
A ventoinha do motor deu contagem decrescente para silêncio vermelho um semáforo a maresia encheu-lhe pulmões o sal secou-lhe a pele o cheiro do peixe deixado na lota e no mercado enferrujou-lhe o paladar.

A ponte estava levantada mas nenhum barco por passar o telemóvel vibrou cortou o arrepio
A mensagem dizia:
“Tsunami! ONDA GIGANTE! Estamos todos em Monchique, da Fóia consigo ver-te ai parado à porta
do carro. Vem rápido amor.”

"Porta Portugal"

Project

2018 - 2020

"Dandy with body pain(t)"

Intervention

2017

 

Computers transformed my neighborhood in 1995, I was 11 years old and my universe started to expand. The computer store became a place of gathering, new friends found amongst the anxiety to grab the controls and get another go at rescuing the princess from the clock.

Our parents- everyday more strict with dial tones as if predicting the arrival of the modem- controlled the phone calls in which we made plans to meet at the home with the brand new game. After school, sitting on the living room floor or in inadequate furniture we agitated our mothers while trying to intuitively move fast through the mazes; ignoring clues and instructions often revealed unexpected winners.

No longer satisfied with the pink look of games running on unsuitable platforms, we excavated new strategies to increase memory at the expenses of crashes and the occasional burn.

Playing became real as fear showed his face through the screams and yells of friends fathers; the households that provided the snacks and cookies in the intervals of catch progressively became ninja territory as we found out the responsibility of searching for Hubble photos and breasts in a time and money consuming internet.
Wireless was unthinkable in my youth- suitcase phones are nostalgia from a period never witnessed- the journey came late to the shores of the Atlantic; such interactive narratives were all we had to fill our days as we waited for the boat. Now- merged with the sound of the waves- the collective story telling by the piano at the bar makes me unease, feeling displaced, constricted by architectures that jumped out of my old screens.

"I erase myself, thank you, very much"

Performative installation

2017

 

"Torre rossa"

Performative installation

2016

 

Quando chiesi a Nicola che cosa gli piacesse, rispose: “Me piase far casin”. Da Alessandra, alla domanda “Cosa ti piace?”, non si riesce ad ottenere una risposta che possa essere interpretata in modo conforme. I suoi codici di linguaggio non sono gli stessi dell’italiano corrente perché lei vincola la sua comunicazione orale a un lessico tutto suo. Per capire Alessandra serve una traduzione prima di un’interpretazione. Per riuscire a tradurre Alessandra c’è bisogno di conoscerla; per riuscire a interpretarla serve mettersi il più possibile nei suoi panni e nonostante ciò, rendere la sua volontà, non é mai un’ impresa semplice. Personalmente non so fino a che punto sono riuscito a conoscerla, fino a che punto lei mi abbia permesso di “tradurla”, ma la vedo felice quando dice “pauoncino”, qualcuno le porta un palloncino che può tenere in mano; la vedo felice quando rompe il palloncino e questo fa rumore. Nicola e Alessandra hanno le loro divergenze; lui esprime più facilmente il disagio che lei gli provoca.
“Torre Rossa” é un’ installazione con elementi partecipativi, che ha proposto tre momenti di interazione: due che hanno preeceduto la concretizzazione dell’opera nello spazio e un ultimo durante la mostra. E’ stato chiesto agli operatori/operatrici della cooperativa Città Solidale, di consegnare i loro asciugacapelli per gonfiare la scultura pneumatica, che rispecchia il disegno di Nicola. Prima dell’apertura della mostra sono stati messi a disposizione degli utenti di Città Solidale materiali di pittura, per permettere loro di colorare la scultura pneumatica. All’inaugurazione dell’evento del 2 luglio, visitatori e visitatrici avranno a disposizione colori per poter contribuire a loro volta. La curiosità di osservare se attraverso questo palloncino gigante si riesca a creare una dimensione di dialogo e condivisione tra Alessandra e Nicola, ha spinto l’esecuzione del progetto. Obiettivo: creare momenti di collaborazione e condivisione durante la creazione di questo “ponte” verso il meraviglioso, sperimentare e sciogliere divergenze. Alessandra e Nicola hanno avuto l’ occasione di creare una memoria positiva dell’ incontro evidenziando a tutti la non sempre ovvia possibilità di trovarsi uno nell´altro.

"How far back into the future we have to go to tell our story: How to show I can't remember"

Colored drawings

2016

 

"Anosa"

Happening

2015

 

"After you...Yūgen"

Installation

2015

 

"Kizomba macabra"

Performance

2015

 

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